A bailarina que bailava a procura de seu amor, se olhou no
espelho, se viu e se enxergou...
E ao se enxergar em toda sua nudez, se viu sem sua dança,
sem sua magia, sem calor, sem amor.
A bailarina chorou... E depois de tanto chorar, viu também o seu
desejo se entortar... entortar... e se emaranhar.
No emaranhado dos seus tortos e torpes desejos e segredos a
bailarina se encontrou!
A bailarina se encontrou?
Mas como pode alguém se encontrar em meio tantas máculas?
A bailarina que bailava até o sol se pôr, se encontrou através das
dores das suas desonras.
A bailarina já não parecia mais tão torta assim.
A bailarina que dançava quando o Sol adormecia, passou a
dançar ao nascer do dia, sem medo da luz, sem medo do vento,
sem mais tormentos, sem medo da sua nudez.
A bailarina que dançava à luz do dia, olhou-se no espelho e se
despediu da solidão que tardia, partia.
Bárbara Ramos (2013)
Sílvio Zatti
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