e se aproxima uma tempestade de areia.
Pode ser que o tempo mude...
Pode ser que a tempestade
esteja somente em mim.
O sol queima minha pele.
Não há óculos escuros e
minha visão se reduz à metade.
O sal de meu corpo
incomoda e fere.
A água que ainda há
não consegue saciar minha garganta árida...
e nem fertilizar meu coração.
Meus lábios rachados
apresentam um sorriso amarelo.
Os reflexos se confundem.
O amarelão do deserto
e o amarelar dos meus gestos.
Algumas lágrimas, insanamente,
atiram-se ao chão.
Mais insano é àquele que as prolifera!
E não é só deserto da visão.
É deserto da audição.
Nada se ouve, nada manifesta-se.
Continuo sentada na inércia escaldante
Aguardando as ondas do mar.
09/09/2005
Foto: Galyna Andrushko / Shutterstock.com
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